Fazemos parte de um contexto social que nos nega a individualidade total, sendo que, todas as nossas ações, inevitavelmente atinge uma ou mais pessoas, o fator predominante é o quanto de atenção damos aos reflexos dessas nossas ações. Há pessoas que realmente não se abala com as conseqüências por elas criadas, também é sabido que existem pessoas que desconhecem os efeitos de suas atitudes, e é claro que há um outro grupo, os que realmente se importam com o bem estar de seus próximos, sendo para eles, de fundamental importância, a responsabilidade pelos seus atos, afinal de conta, esse grupo deseja uma amizade sadia e duradora. É para esse último grupo que quero direcionar este artigo.
Quem nunca magoou, quem nunca feriu, quem nunca agiu por impulsos, quem nunca atingiu o amigo com uma palavra movida pelo calor do momento, quem nunca se desculpou, quem nunca pediu perdão e quem nunca foi perdoado nesta vida. Esses adjetivos, sentimentos e atitudes, com certeza, em algum momento de nossas trajetórias, tiveram que ser enfrentados, e por mais que se repitam essas ocasiões, sempre há uma dificuldade imensa de lidar com elas.
A amizade é um sentimento fantástico, é envolvente, é carinhoso, sendo assim sempre desejamos cultivá-lo com a maior diligencia possível, mas a nossa natureza errante e imperfeita sempre nos acaba pregando uma peça o que nos induz ao erro em relação ao próximo.
Quando esse erro se torna muito grave, o comum de nossa natureza é abandonar essa amizade e tentar justificar a nós mesmo, que não estávamos errados e que houve certo exagero do “ex-amigo” e que sendo assim não é compensador levar essa amizade adiante, afinal o amigo foi muito injusto conosco! Por mais que achamos um absurdo esse raciocínio, é ele sim, que doma nossos sentidos em momentos extremos.
Justificamos nossos erros desde o Jardim do Edem, quando Deus interpelando Adão pelo seu erro, ele se justifica dizendo: “A mulher que tu me deste, foi ela que me deu o Fruto, então eu o comi”, ou seja, além de não assumir o seu próprio erro (o fato de ter comido também) ele jogou a culpa no próprio Deus (por ter lhe dado uma esposa) e sem menos importância também jogou a culpa na Eva sua esposa. O fator predominante que a milênios de história sempre se repete, é a concepção de nunca assumirmos os nossos erros. A culpa nunca é nossa!
Imagino Deus observando o ser - humano depois de haver algum ocorrido, e ele na maior cara de pau, diz: “Mais a culpa não é minha, ele que me levou a fazer isso” Deus balança a cabeça e deve dizer: “Mas que sujeitinho mais hipócrita”
Quando o erro é muito grande viramos as costas para a situação, por mais que o ser - humano errou através de muitos séculos, Deus nunca nos virou as costa, sempre que nos arrependemos e assumimos o nosso erro, Ele, através da sua Graça, nos perdoa e de braços aberto nos recebe para uma nova amizade. Isso nunca é fácil de aprender, perdoar. É pelo fato de acharmos que não seremos perdoados, é que nos esquivamos de nossas responsabilidades, sim é por não acharmos que teremos benevolência, que não assumimos os nossos próprios erros. O perdão é algo difícil de aprender.
Graça divina é algo que os homens têm dificuldade de lidar, pensamos que o nosso erro foi muito grave e assim, imperdoável. Não existe erro grande e nem pequeno, para Deus todos são apenas erros passiveis de perdão, quando aprendemos isso, fica muito mais fácil compreender como o perdão funciona e como podemos ser perdoado, assim como uma engrenagem, aprendemos que não precisamos continuar com essas falsas justificações e muito menos nessa fuga desenfreada do amigo que magoamos.
O perdão é algo fácil de alcançar, apenas pressupõe arrependimento.
Lembrem-se também amigos são aqueles que perdoam.
“Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” I João 4.20.
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