terça-feira, 21 de abril de 2009
Aparece mais um suposto filho do Presidente Lugo
Novamente o Presidente Lugo foi acusado de ter abandonado uma criança quando ainda era o Bispo de San Pedro, Lugo não nega a paternidade e diz que vai se colocar a disposição para os testes de DNA.
Já é hora de repensar a questão do celibato obrigatório, não acham?
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Um amigo verdadeiro.
Na parábola do samaritano que Lucas nos revela em seu evangelho, onde Jesus ao ser interpelado por um teólogo judeu (gr. “nomikos” = mestre da lei mosaica) sobre qual era o seu argumento soteriológico. Jesus confronta-o com a sua própria interpretação da lei, onde temos a definição “Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo”. - Ótimo, faça isso e terá a vida eterna, disse-lhe Jesus, então entre em cena o grande erro dos estudantes das escrituras, a (auto) justificação. Quem é o meu próximo? Interpela novamente.
Quem é o meu próximo? Pergunta feita e respondida há quase dois mil anos, e que até hoje temos uma grande dificuldade de compreendê-la. Na época Jesus trouxe um exemplo simples e ao mesmo tempo muito complexo, pois era conflitante com os padrões morais adotados pelos judeus.
“Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. E, ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E, de igual modo, também um levita, chegando àquele lugar e vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão”.
Parte do antigo caminho entre Jerusalém e Jericó
que hoje abriga o monastério de São Jorge (St. George Monastery)
Nesta narrativa temos quatro vidas totalmente distintas e interligadas pelo mesmo evento.
- a) Um homem, possivelmente um judeu que estava percorrendo o perigoso caminho de 25 quilômetros entre as cidades de Jerusalém e Jericó, um caminho muito perigoso, pois era de difícil locomoção, com grandes cavernas e vales e muito propício a ataques de salteadores.
- b) Um Sacerdote, é de nosso conhecimento que existia algumas exigências para ser um sacerdote judeu, a primeira delas é a genealógica, ele necessariamente deveria ser um levita e pertencente da linhagem de Aarão. Havia também a necessidade de estar sempre em consagração, pois era um dos responsáveis pela execução dos sacrifícios no grande templo judaico.
- c) Um Levita, igualmente como o Sacerdote, o Levita deveria manter-se puro para suas exercer as suas funções dentro do templo.
- d) Um Samaritano, povo visinho da Judéia, inimigos declarados dos judeus desde o cativeiro babilônico.
A tradição judaica trazia uma idéia muito rígida sobre a consagração de seus sacerdotes e que deveriam ser tratada a risca. Os rituais para a purificação de seus sacerdotes consistiam basicamente de banhos e vestes limpas. Pela Torah os sacerdotes não podiam entrar em contato com defuntos Lv.21.1 “O sacerdote não se contaminará por causa de um morto entre o seu povo”, e pecadores Lv. 22.4-8. A purificação tinha um caráter físico-moral partindo de um pressuposto que o religioso tinha que estar plenamente limpo para poder exercer suas funções ministeriais Lv 21 e 22.
A narrativa que Jesus nesta parábola toca nos conceitos “O que é estar puro ou impuro” e “Quem é realmente o meu próximo? Minha família, meu povo, meus amigos. Quem afinal?"
- a) Vamos tentar buscar a resposta para a primeira questão que surge nesta parábola. O que nos torna puro ou impuro perante Deus?
Vejamos:
O sacerdote e o levita não quis se aproximar do homem caído por causa do seu zelo à lei do Senhor.
Resposta obvia para os judeus, pois, poderia se contaminar caso tocasse no possível defunto.
Pensava ele “Será que esta morto?” e ainda “Há se ele esta nesta situação algo pecaminoso fez, pois Deus é justo juiz! Se este infeliz esta passando por isso, então ele é um pecador e esta pagando pelo que fez, não posso ajudá-lo, pois, estaria interferindo na justiça divina e ainda me contaminando ou pelo seus pecados ou pela sua carne morta”
Já o samaritano não tinha que compromisso com esse tipo de lei. Não teve que racionalizar este dilema e enfim agiu ajudando o moribundo judeu.
A única questão que poderia impedir o samaritano de ajudá-lo era a questão racial-política.
O zelo justifica então a atitude do sacerdote e do levita? Não, pois, observamos que o samaritano abriu mão deste zelo e teve o princípio pela vida como o mais importante ao contrario dos judeus que preferiram mecanizar os seus preceitos religiosos e não colocar o respeito pela vida como o mais importante.
- b) Resta agora a questão “Quem é realmente o meu próximo?”
Jesus categoricamente separa os dez mandamentos em duas classes, comportamento do homem em relação a Deus e o comportamento do homem em relação aos seus semelhantes. “amaras o teu próximo como a ti mesmo”
Jesus pergunta ao doutor da Lei “Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?” e a resposta é obvia “O que usou de misericórdia para com ele”
Mais então porque esta dúvida ainda não foi sanada? Diria Jesus “Por causa da dureza de vossos corações” acredito que não.
O homem no fundo sabe e sente quem é o seu próximo. Mais do que o argumento da distância física é a relação afetiva. Próximo é aquele que se compadece de nós, sente conosco os nossos problemas e deliberadamente decide atuar em função do outro, biblicamente a relação afetiva é que define quem é próximo ou não.
Nas relações interpessoais o afeto é quem define o grau de apreço. Podemos até nos relacionar com pessoas importantes, mais isso não garante uma amizade duradora.
Alias o ser humano tem algo dentro de si, que o motiva sempre a se compadecer dos miseráveis, principalmente o cristão. A sua consciência sempre o leva a ter compaixão com as pessoas que estão vivendo em situações de dificuldades.
O que nos diferencia é a relevância que damos para este sentimento. Muitos, mesmo sentindo a necessidade do outro, procuram menosprezar e arruma desculpas para se justificar perante a sociedade e perante a sua própria consciência, pois precisa convencer a si mesmo que a atitude tomada é a mais correta. Outros já se compadecem, e uma vez que este sentimento floresce, não é mais possível ficar sem agir. Ele tenta de todas as formas, resolver os problemas do outro.
Eis ai a diferença.
Fique com o conselho de Jesus
"Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira".
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Fernando Pessoa.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…